Na Semana da Diversidade foi realizada a 14ª edição da Parada do Orgulho Gay, em Salvador. O evento que tinha como tema Respeito por Direito foi um sucesso, milhares de pessoas compareceram para combaterem à homofobia.
Durante todo o domingo (13) várias atividades foram realizadas tais como: seminários, palestras, música, dança, exibição de filmes, premiação e mostra de artes plásticas.
Inês, Márcia e Eliane, mães militantes na causa LGBT, concederam ao Bocão News, entrevistas contando como passaram pelo “processo de aceitação”…são histórias lindas e repletas de amor!
A Inês, coordenadora do movimento “Mães pela Diversidade” contou que ninguém imagina que ela mãe de dois filhos homossexuais (André Luiz e Andrea Luiza) tentou por duas vezes tirar a própria vida quando seus filhos revelaram a homossexualidade. “Na primeira vez, tomei remédio para me matar. Na segunda, entrei em depressão profunda e tentei deixar de viver”, disse ela.
O drama vivido por Inês – e compartilhado com outras mães que também não aceitavam a sexualidade de seus filhos – foi superado. “Me resolvi! Tudo que eu queria era que eles voltassem para os armários. Meus filhos tiveram educação heterossexual. Não foi fácil e aceitei aos poucos, mas ainda acreditava que eles iriam se “curar”. (…) “Quando meu filho André Luiz lançou um livro e disse, no lançamento, que precisava de mim, aí, escancarei. Fiquei mais leve e vi que não devia nada a ninguém. Eu achava normal quando era na casa dos outros”. E ela continua “A força que ela precisou para “superar” a não-aceitação veio de onde menos esperava. “Meu marido, que era machista, disse para mim que eles eram nossos filhos e que precisávamos mantê-los perto”(…) “Nossos filhos são nossos alicerces. A homossexualidade não é doença e a condição sexual não pode interferir na vida das pessoas. Não é demérito algum. Quero que eles sejam felizes.”
A Márcia, mãe do Thyago, disse toda orgulhosa que. “Ele veio do Rio de Janeiro para a gente marchar juntos. Soube quando meu filho tinha ainda 15 anos. Não tinha referência na família e fui buscar conhecer esse universo. Comecei a ter outra visão. O que importa é a dignidade, o caráter e o amor que meu filho tem pelas pessoas. O resto é o resto”. Por sua vez Thyago relembrou os momentos de apreensão que viveu antes de conversar com a família a respeito da sexualidade. “Fiquei com medo da reação, mas minha mãe percebeu que não iria mudar. Sou sortudo e minha família é maravilhosa”.
Já a Eliane , mãe de quatro filhos, também apoiou seus dois filhos que são homossexuais. “Foi tranquilo, apesar de, em um primeiro momento, não parecer algo normal. Meu filho mais velho tem 27 anos e assumiu. Hoje vim com o mais novo, que tem 19. Eles precisam do meu apoio e o amor é algo que transcende qualquer barreira. Amo os meus filhos e com amor tudo se resolve”.O caçula, Pedro viu seu processo de aceitação na família ocorrer de forma mais tranquila. “Como meu irmão já tinha revelado, para mim foi mais simples”, ressaltou. Os dois juntaram-se ao grupo “Mães pela Diversidade”. Para Pedro, o movimento fortalece a relação entre pais e filhos com dificuldades em lidar com a condição sexual “diferente” do convencional. Aos filhos e aos pais que preferem não encarar o tema de frente, avisou: “a mãe sempre sabe”.
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