Vivências

Minhas férias em Vancouver

Mágicos! Assim foram meus 23 dias de viagem, desde a hora que embarquei até a aterrisagem de volta para casa. Experimentei uma montanha russa de emoções: ansiedade, medo, realização, resgate, felicidade e muita paz.
Ansiedade para chegar em Vancouver e abraçar a Nanda e Rebecca; medo de algo não dar certo (o fantasma da imigração / efeito Trump); realização por constatar a pessoa incrível que minha filha se transformou; resgate por poder exercer nesses dias meus cuidados maternais: fazer comidinha, cuidar e fazer dengos. A enorme felicidade por tudo que vi, vivi e conheci e, por fim, uma paz que tocou de suavidade meu coração.

A felicidade não é um prêmio no final do caminho; a felicidade é o caminho.”

A casa das minhas meninas está uma graça. Todos os móveis, os detalhes, tudo tem a carinha delas. Bartho, apesar de ser um buldogue francês, deve ter alma canadense, está superambientado. Gente, foi ótimo conviver com elas no dia a dia, de ver a cumplicidade, o carinho, e até mesmo as implicâncias e briguinhas. Esses dias me fizeram ter a certeza de que o amor e respeito realmente são os pilares de qualquer relacionamento.
Posso dizer que encontrei em Vancouver mais do que uma casa que acomoda móveis e corpos – o que encontrei ali foi um lar com uma família que desfruta da convivência, compartilha energias, um lugar onde a presença e os pensamentos são aconchegados. Um lar que atrai não só por ter um teto que proteja, mas pelo amparo da segurança emocional, pela intimidade, pela coexistência harmoniosa de personalidades distintas.
E dentro desse espaço há também os agregados, claro: pessoas maravilhosas, como a Marina e o Thomas, a Juliana e o André, a Kelly e a Ju, a Maíra e Karina e Taila. Minhas meninas não estão sozinhas. Quando a saudade apertar, elas terão os amigos/irmãos para ampará-las. Eles são a família delas no Canadá.
Rebecca a cada dia me conquista mais, se é que ainda há o que conquistar. Ela é a nora que toda sogra quer ter: alegre, divertida, batalhadora e companheira.
Essa viagem me fez lembrar das minhas férias no Sul na minha infância e adolescência. Eram bem planejadas, desejadas e super divertidas. O problema estava na hora de voltar ao Rio de Janeiro. Era uma choradeira só. Depois ficava impaciente para chegar na escola para contar as aventuras ou fazer a redação “Minhas férias”.
Pensando bem, acho que é isso que estou fazendo agora, não?

E o que dizer de Vancouver?

É uma cidade linda, gay-friendly, acolhedora, e com muito verde. Faz muito frio e chove um “pouquinho demais”, mas nada que uma calefação e capa de chuva não resolvam.
A título de curiosidade, o Canadá foi o primeiro país das Américas e o terceiro do mundo (a Holanda e Bélgica foram os primeiros) a legalizar, em 2005, o casamento entre casais homoafetivos. Porém, muito antes disso, desde 1969, a união homoafetiva já é legalizada. E desde 1992 os homossexuais podem servir ao exército canadense sem qualquer tipo de restrição ou distinção.
E muito importante: qualquer tipo de ação discriminatória é considerada crime contra os direitos humanos!
É claro que nem tudo é certinho e perfeito – mesmo com as leis -, mas o que pude sentir, apesar do pouco tempo que passei no país, foi uma boa sensação de segurança e percepção de respeito pelo ser humano independentemente da cor da pele, do sotaque, da região ou orientação sexual. Sua vida íntima não é questionada e ninguém lança olhares recriminadores para casais gays.
Bem, era isso. Agora é começar a planejar Vancouver no verão.
Às meninas, só posso agradecer por me ensinarem tanto e me fazerem, a cada dia, uma pessoa melhor.

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